sábado, 27 de fevereiro de 2016

Para criar uma escola leitora, é preciso formar professores leitores


Professores que cultivam o hábito e o prazer da leitura se tornam mais capazes de despertar a mesma motivação nas crianças. Foto: Manuela Novais


Não há como negar: ser um leitor assíduo é fundamental para adquirir conhecimento e, assim, compreender mais profundamente o mundo que nos cerca. Quem pratica a leitura exercita o raciocínio e a visão crítica, modifica seu modo de pensar, agir e falar. E o papel da escola é ajudar os alunos, desde cedo, a desenvolver a competência leitora e o gosto por essa atividade.
O professor precisa estar bem preparado não apenas para ensinar, mas para ser uma referência, transmitindo o entusiasmo e a força das experiências que possui como leitor. É neste ponto que entra o papel do coordenador, que deve incentivar e refletir com os docentes sobre as melhores práticas nessa área. Por isso, a questão foi uma das minhas primeiras preocupações ao elaborar o plano de formação.
Para diagnosticar o que os professores sabiam e qual era a relação deles com a leitura, resolvi fazer uma análise geral baseada na observação das classes. O resultado é que as atividades ficavam muito presas ao livro didático.
Comecei, então, a me questionar: do que os docentes precisam para ensinar a gostar de ler? Por que ficam presos aos livros didáticos se temos obras de todos os tipos aqui na escola? Com base nessas questões, elaborei uma atividade em que eles deveriam preparar uma aula pensando nas necessidades de seus alunos e apresentá-la aos colegas. Minha intenção era verificar os critérios que utilizavam para selecionar materiais apropriados para cada faixa etária. Também queria descobrir de que maneira esses textos seriam abordados.
Ao final do exercício, ficou claro que muitos priorizavam o livro didático por não saber escolher e apresentar adequadamente outros tipos de texto. Notei, ainda, que uma das razões desses problemas era a falta do hábito de ler. Aliás, boa parte da equipe demonstrava dificuldade em realizar até mesmo as leituras pedidas como tarefa da formação. O meu desafio, portanto, era incentivar os próprios professores a ser amantes da leitura.
Para isso, selecionei livros diversos e criei momentos para que o ato de ler fosse praticado significativa e prazerosamente. Fui à biblioteca da escola e escolhi obras de diferentes gêneros, úteis tanto para as aulas como para proveito pessoal.
Além de oferecer livros da própria escola, fizemos uma roda de empréstimo e apreciação: cada participante levava uma obra importante para ele e a apresentava a todos. Essa permanente circulação de textos seduziu os professores que, por sua vez, se tornaram mais capacitados para incentivar os alunos.
fonte: http://gestaoescolar.abril.com.br/blogs/coordenadoras/2016/01/21/para-criar-uma-escola-leitora-e-preciso-formar-professores-leitores/

sábado, 20 de fevereiro de 2016



DISLEXIA – Quais são seus sinais e sintomas?

Devemos sempre ter em mente que a dislexia não é uma doença e que não tem nada haver com falta de atenção, preguiça ou baixo nível intelectual. Também não está ligada a alterações auditivas ou visuais e não é causada por falta de escolarização.
Dislexia é um distúrbio genético e neurobiológico mais frequentemente caracterizado por dificuldades na aprendizagem da decodificação das palavras.
Não existe cura, apenas tratamento e acompanhamento onde o indivíduo poderá desenvolver suas próprias estratégias para lidar com suas dificuldades.
Pesquisadores americanos descobriram que, em pessoas com dislexia, a área do cérebro que auxilia os novos leitores a compreender as palavras está lesada. Apesar de terem inteligência e visão normais, as pessoas afetadas pela dislexia apresentam dificuldade para ler, escrever e soletrar. A causa exata do distúrbio de aprendizagem é desconhecida, embora se acredite que o problema possa ter origem genética.
Os pesquisadores observaram que as pessoas sem dificuldade para ler apresentaram ativação da parte posterior do cérebro, enquanto entre os pacientes com dislexia a atividade dessa região mostrou-se significativamente reduzida. Os exames de crianças disléxicas mostraram atividade maior nas regiões frontal e lateral do cérebro. “Esses resultados mostraram evidências neurobiológicas de que existe uma interrupção subjacente nos sistemas neuronais associados à leitura em crianças com dislexia. Os dados indicaram que isso já é evidente desde muito cedo”, concluíram os autores, em artigo publicado na edição de julho da revista Biological Psychiatry (2002).
“Muitos adultos não percebem quão difícil é aprender a ler. A leitura envolve um conceito muito abstrato de que as palavras ouvidas são compostas por sons menores”, explicou Lyon. O pesquisador explicou que a capacidade de identificar os sons e de os associar a letras ou palavras é fundamental para leitura.
Regiões afetadas pela dislexia
Os primeiros sinais e sintomas costumam aparecer na fase de alfabetização, podendo ocorrer trocas de letras com formas ou sons parecidos, como b e d, que são visualmente parecidas e f e v, que se diferenciam apenas pela sonoridade.
dislexia


Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra, relação fonema/grafema e também costumam escrever palavras na ordem inversa, como por exemplo, “ovóv” para vovó. Por vezes, os erros aparecem mesmo quando realizam cópia, veja o exemplo da imagem.


Veja abaixo alguns sintomas da dislexia relativos à leitura e escrita:
Erros por confusões na proximidade especial

Erros por confusões na proximidade especial 
– Confusão de letras assimétricas como F, R e Q
– Confusão por rotação; como 3 e E
– Inversão de sílabas: “paca” para capa

Confusões por proximidade articulatória e sequelas de distúrbios de fala 
-Confusões por proximidade articulatória; como L e R
-Omissões de grafemas; “Baco” para Barco
-Omissões de sílabas. “Maco” para Macaco
Barco
Acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever 
– Confusão entre letras, sílabas ou palavras com poucas diferenças na forma de escrever: a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u; etc;
– Confusão entre letras, sílabas ou palavras com formato similar, mas diferente direção: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e;
– Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e, cujos sons são acusticamente próximos: d-t; j-x;c-g;m-b-p; v-f;
– Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-las; pal-pla.
Erros de soletração
Perturbações relacionadas 
Outras perturbações da aprendizagem que frequentemente acompanham os disléxicos, dentre elas:
– Dificuldade de interpretação de textos que não costuma aparecer quando o texto é lido por outras pessoas.
– Alterações na memória;
– Alterações na memória de séries e sequências;
– Orientação direita-esquerda;
– Linguagem escrita;
– Dificuldades em matemática;
– Confusão com relação às tarefas escolares;
– Pobreza de vocabulário;
– Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo).

Menino com dislexia
Como os sinais e sintomas da Dislexia são comuns a outros transtornos da aprendizagem, o ideal é que o diagnóstico seja feito por uma equipe multidisciplinar, contendo pelo menos um neurologista, um fonoaudiólogo e um psicólogo.
Só assim é possível descartar todas as outras possibilidades e fechar um diagnóstico correto, a fim de facilitar a aprendizagem desses indivíduos.
Texto produzido por DANIELA BORGES 
 Publicado em 16/02/2016
FONTE:  https://ericasitta.wordpress.com/2016/02/16/dislexia-quais-sao-seus-sinais-e-sintomas/
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